sábado, 12 de setembro de 2015

Dredd(2012) – Uma justiça sem face ?

Vindo diretamente das páginas da revista em quadrinhos britânica 2000 AD, o Juiz Dredd é certamente um dos personagens de quadrinhos mais conhecidos na terra da rainha, apesar de sua fama não se entender para muito além de lá. Com uma ambientação que se passa em futuro pós-apocalíptico onde uma guerra nuclear devastou boa parte do planeta, transformando-o em um deserto, a Terra Maldita, o que restou da população se aglomerou nas poucas zonas habitáveis que sobraram no planeta, criando as chamadas megacidades, aglomerados urbanos com centenas de milhões de habitantes, e um desses aglomerados é o palco onde a história do nosso Juiz de desenvolve, Mega-City One.

Sem meios para conter a violência e os conflitos gerados por um ambiente dão densamente povoado, o sistema judiciário(que também toma vezes de executivo e legislativo em Mega-City One) como conhecemos é abandonado devido a sua lentidão, frente as inúmeras violações da lei a serem julgadas, os juízes agora vão para as ruas, como mini sistemas judiciários ambulantes, eles agora detêm todo o poder, partindo para o julgamento sumário, além de juízes são agora os captores, o júri e o executores das penas de quem viola as leis de Mega-City.

É com esse panorama que o filme desenvolve sua trama, Carl Urban que agora vive a segunda encarnação de Dredd nos cinemas, em produção mais modesta e fiel ao material original, que a do longa anterior de 1995 estrelado por Sylvester Stallone. Devido as características do personagem e da violência que derivam também do material original, o filme pode lembrar produções como Robocop (1987), apesar deste ter utilizado as histórias do Juiz Dredd como fonte de inspiração. Mas não pode se negar a originalidade das cenas de ação criadas Pete Travis, com uma boa utilização da câmera lenta(que tem sua justificação na trama) e as cores fortes e brilhantes dão a elas uma beleza quase poética, em contraste a violência brutal do longa.

Dredd é implacável e incorruptível em meio ao caos que é Mega-City One, Dredd nunca retira seu capacete de juiz(coisa que acontece no longa estrelado por Stallone, e que gerou muita reclamação por parte dos fãs) ele vive apenas para isso, o que o torna praticamente um avatar da justiça, um avatar sem face, e que a qualquer custo busca o cumprimento da lei. Mas em um mundo cinza e distópico como o do filme fica difícil saber até que ponto o cumprimento da lei pode trazer justiça.

No mais Dredd se mostra uma produção competente e com filme bem executado, entregando tudo que é prometido durante a construção da história. Dredd é claramente um filme feito sem muita amarras o que talvez seja consequência de um orçamento pequeno, o que também pode lhe ter trazido a liberdade de ser mais fiel ao material original.
Trailer:




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