O filme
é baseado na peça teatral ganhadora do Pulitzer e o Tony ,que conta como
diretor e roteirista John Patrick Shanley. A história se passa em 1964 e tem
como pano de fundo a escola católica de St. Nicholas.
Meryl Streep
interpreta Aloysius , a diretora da escola que persegue alunos e alunas
insistentemente, quase uma sombra que tenta a todo custo dominar e educar os
alunos a seu modo.O saudoso Philip Seymour Hoffman vive o carismático padre
Flynn, adorado pelos paroquianos que frequentam sua igreja e pela garotada do
colégio.
O
enredo gira em torno do embate entre Flynn e Aloysius devido ao comentário
feito pela irmã James, vivida por Amy Adams, de que o padre estaria dando
atenções demais a Donald Miller, coroinha e primeiro aluno negro da escola , e
que um certo dia sentiu cheiro de álcool no hálito do garoto, parecido com
vinho. Aloysius, então, persegue o padre Flynn acusando-o de ter dado
vinho ao menino e molestado-o posteriormente.
Acredito que a ideia inicial do
filme seria contribuir para que ambos os lados saíssem recheados de argumentos
e dessem ao público possibilidade de escolher se defenderiam Aloysius ou o
padre Flynn, no entanto, o roteiro e a direção fugiram do controle. A
personagem de Meryl é quase uma bruxa má infernizando a vida de um padre sem
qualquer fato consistente, apenas baseando-se na história da irmã James que a
todo tempo muda sua posição, estando ora do lado da diretora ora do lado do
padre.
O elenco é formidável. Meryl Streep
continua imbatível, o que lhe rendeu mais uma indicação ao Oscar e ao Globo de
Ouro, recordista em ambas as premiações, além de ter vencido o prêmio do
Sindicato dos Atores ( SAG ) na categoria de melhor atriz. Além de Streep, cabe
elogios rasgados a Seymour Hoffman e Amy Adams, ambos indicados ao Oscar. A
surpresa do filme ficou com Viola Davis, tambem indicada, que interpreta a mãe
de Donald. Em pouquíssimas cenas, Viola brilha, inclusive na primeira cena em
que aparece caminhando pela rua com a diretora Aloysius. Meryl e Viola juntas
numa cena em que uma fala e outra rebate. Haja fôlego!
Indicado
a 5 Oscar, Duvida é um bom filme e continua firme na minha lista dos melhores.
O que de fato me preocupa é o rumo que o filme leva. Todo o embate é baseado em
" achismos " e suposições, sem dar clareza às acusações feitas pela
diretora e o padre negando sempre sem nenhuma reação enérgica que pudesse
garantir sua inocência. Por vezes parecia nervoso, talvez pela acusação
infundada ou pela culpa no cartório. Aliás, algo que enfim poderia solucionar o
caso é a demissão voluntária de Flynn diante de uma mentira contada pela
diretora. O famoso " jogar verde pra colher maduro ". Mas ainda assim
nada resolvido. Posso garantir que o título do filme fora muito bem escolhido,
pois dúvidas é que não faltam na história.
Trailer: