segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Dúvida

O filme é baseado na peça teatral ganhadora do Pulitzer e o Tony ,que conta como diretor e roteirista John Patrick Shanley. A história se passa em 1964 e tem como pano de fundo a escola católica de St. Nicholas.

Meryl Streep interpreta Aloysius , a diretora da escola que persegue alunos e alunas insistentemente, quase uma sombra que tenta a todo custo dominar e educar os alunos a seu modo.O saudoso Philip Seymour Hoffman vive o carismático padre Flynn, adorado pelos paroquianos que frequentam sua igreja e pela garotada do colégio. 

O enredo gira em torno do embate entre Flynn e Aloysius devido ao comentário feito pela irmã James, vivida por Amy Adams, de que o padre  estaria dando atenções demais a Donald Miller, coroinha e primeiro aluno negro da escola , e que um certo dia sentiu cheiro de álcool no hálito do garoto, parecido com vinho. Aloysius, então, persegue o padre  Flynn acusando-o de ter dado vinho ao menino e molestado-o posteriormente. 

Acredito que a ideia inicial do filme seria contribuir para que ambos os lados saíssem recheados de argumentos e dessem ao público possibilidade de escolher se defenderiam Aloysius ou o padre Flynn, no entanto, o roteiro e a direção fugiram do controle. A personagem de Meryl é quase uma bruxa má infernizando a vida de um padre sem qualquer fato consistente, apenas baseando-se na história da irmã James que a todo tempo muda sua posição, estando ora do lado da diretora ora do lado do padre. 

O elenco é formidável. Meryl Streep continua imbatível, o que lhe rendeu mais uma indicação ao Oscar e ao Globo de Ouro, recordista em ambas as premiações, além de ter vencido o prêmio do Sindicato dos Atores ( SAG ) na categoria de melhor atriz. Além de Streep, cabe elogios rasgados a Seymour Hoffman e Amy Adams, ambos indicados ao Oscar. A surpresa do filme ficou com Viola Davis, tambem indicada, que interpreta a mãe de Donald. Em pouquíssimas cenas, Viola brilha, inclusive na primeira cena em que aparece caminhando pela rua com a diretora Aloysius. Meryl e Viola juntas numa cena em que uma fala e outra rebate. Haja fôlego! 

Indicado a 5 Oscar, Duvida é um bom filme e continua firme na minha lista dos melhores. O que de fato me preocupa é o rumo que o filme leva. Todo o embate é baseado em " achismos " e suposições, sem dar clareza às acusações feitas pela diretora e o padre negando sempre sem nenhuma reação  enérgica que pudesse garantir sua inocência. Por vezes parecia nervoso, talvez pela acusação infundada ou pela culpa no cartório. Aliás, algo que enfim poderia solucionar o caso é a demissão voluntária de Flynn diante de uma mentira contada pela diretora. O famoso " jogar verde pra colher maduro ". Mas ainda assim nada resolvido. Posso garantir que o título do filme  fora muito bem escolhido, pois dúvidas é que não faltam na história.

Trailer:









domingo, 13 de setembro de 2015

Atonement - Desejo e Reparação (2007)


Adaptação do romance homônimo de Ian McEwan, e dirigido pelo cineasta Joe Wright de Orgulho e Preconceito, a trama, que se passa na Inglaterra, em três momentos distintos,  tem por base ações e suas repercussões, abrangendo temas como a imaginação, criatividade, mal entendidos, culpa e remorso.

Estrelado por Keira Knightley e James McAvoy, na pele de Cecilia Tallis e Robbie Turner, respectivamente, o longa conta também com três atrizes (Saoirse Ronan, Romola Garai e Vanessa Redgrave) para dar vida a personagem Briony Tallis, irmã mais nova de Cecilia, nas diferentes fases do drama.

Num caloroso verão em 1935, Briony, uma adolescente inventiva e mimada de 13 anos, que nutre uma paixão secreta por Robbie, escreve uma peça e mostra-se inconformada com a dependência da atuação de terceiros para o sucesso da mesma, afirmando, ainda, que deveria ter escrito um romance. Mais tarde, ela observa um momento íntimo de atração entre Robbie, o filho da governanta, e sua irmã Cecilia. A adolescente, passa então a interpretar as interações que se seguem entre o casal, de maneira errônea, o que a leva a tomar atitudes que modificam não apenas o curso desse romance, mas também de sua própria vida.

Juntamente com o excelente trabalho de Saoirse Ronan, que interpreta Briony na Adolescência, as cenas mostradas em diferentes perspectivas, facilitam a compreensão do espectador a respeito daquilo que é observado pela jovem, frente ao que realmente acontece. Com sua postura, entonação e olhares, refletindo uma personalidade egocêntrica, torna-se fácil irritar-se com a personagem logo nas primeiras cenas, ao mesmo tempo em que, por se tratar de uma adolescente imaginativa e talvez ingênua, busca-se razões para compreendê-la.

Num segundo momento, temos a 2ª guerra mundial com seus horrores e calamidades. Robbie  agora é um soldado, Cecilia uma enfermeira a espera do reencontro com o amado, enquanto Briony, consumida pela culpa, decide também tornar-se enfermeira. E na terceira fase, vemos Briony já idosa publicando seu último romance.

Com cenas fortes e marcantes, fotografia e figurino impecáveis e ao som de uma intensa e belíssima trilha sonora, assinada por Dario Marianelli (responsável por trilhas igualmente maravilhosas como a de Jane Eyre, Orgulho e Preconceito e Anna Karenina) e vencedora do Oscar e do Globo de ouro em 2008. É praticamente impossível não se deixar levar pela trama. Com os sons perfeitamente encaixados às cenas, causando tensão e levando o espectador à emoção, temos ainda um barulhinho instigante de máquina de escrever, que pra mim foi a cereja do bolo!

Confesso que quando assisti não tinha grandes expectativas, mas logo nos primeiros minutos fui encantada pela beleza do filme, pelo barulhinho maravilhoso da máquina de escrever junto a música e fui surpreendida a cada momento.

Ah, e o desfecho....S U R P R E E N D E N T E ! Impossível não se emocionar e questionar-se sobre as reais intenções de Briony. Estaria ela, de fato buscando reparação pela injúria cometida, ou estaria apenas garantindo o sucesso de seu último romance?







sábado, 12 de setembro de 2015

Dredd(2012) – Uma justiça sem face ?

Vindo diretamente das páginas da revista em quadrinhos britânica 2000 AD, o Juiz Dredd é certamente um dos personagens de quadrinhos mais conhecidos na terra da rainha, apesar de sua fama não se entender para muito além de lá. Com uma ambientação que se passa em futuro pós-apocalíptico onde uma guerra nuclear devastou boa parte do planeta, transformando-o em um deserto, a Terra Maldita, o que restou da população se aglomerou nas poucas zonas habitáveis que sobraram no planeta, criando as chamadas megacidades, aglomerados urbanos com centenas de milhões de habitantes, e um desses aglomerados é o palco onde a história do nosso Juiz de desenvolve, Mega-City One.

Sem meios para conter a violência e os conflitos gerados por um ambiente dão densamente povoado, o sistema judiciário(que também toma vezes de executivo e legislativo em Mega-City One) como conhecemos é abandonado devido a sua lentidão, frente as inúmeras violações da lei a serem julgadas, os juízes agora vão para as ruas, como mini sistemas judiciários ambulantes, eles agora detêm todo o poder, partindo para o julgamento sumário, além de juízes são agora os captores, o júri e o executores das penas de quem viola as leis de Mega-City.

É com esse panorama que o filme desenvolve sua trama, Carl Urban que agora vive a segunda encarnação de Dredd nos cinemas, em produção mais modesta e fiel ao material original, que a do longa anterior de 1995 estrelado por Sylvester Stallone. Devido as características do personagem e da violência que derivam também do material original, o filme pode lembrar produções como Robocop (1987), apesar deste ter utilizado as histórias do Juiz Dredd como fonte de inspiração. Mas não pode se negar a originalidade das cenas de ação criadas Pete Travis, com uma boa utilização da câmera lenta(que tem sua justificação na trama) e as cores fortes e brilhantes dão a elas uma beleza quase poética, em contraste a violência brutal do longa.

Dredd é implacável e incorruptível em meio ao caos que é Mega-City One, Dredd nunca retira seu capacete de juiz(coisa que acontece no longa estrelado por Stallone, e que gerou muita reclamação por parte dos fãs) ele vive apenas para isso, o que o torna praticamente um avatar da justiça, um avatar sem face, e que a qualquer custo busca o cumprimento da lei. Mas em um mundo cinza e distópico como o do filme fica difícil saber até que ponto o cumprimento da lei pode trazer justiça.

No mais Dredd se mostra uma produção competente e com filme bem executado, entregando tudo que é prometido durante a construção da história. Dredd é claramente um filme feito sem muita amarras o que talvez seja consequência de um orçamento pequeno, o que também pode lhe ter trazido a liberdade de ser mais fiel ao material original.
Trailer:




A saga Harry Potter

Desde o dia 26 de Junho de 1997, data de lançamento do primeiro livro, Harry Potter e a Pedra Filosofal, o mundo foi tomado pela história de um bruxo sobrevivente, que conquistou pessoas  em suas mais diversas regiões e tradições.

J.K.Rowling revolucionou a literatura  e o cinema com um enredo instigante, forte e atemporal. Harry Potter mostrou o crescimento de seus personagens com o início da saga nas telonas em 2001, cujo título era o mesmo do primeiro romance.

Houve em cada filme, um avanço na tecnologia e produção além das histórias,  cada vez mais recheadas de mistérios e suspense. O trio formado por Harry , Rony e Hermione cresceu aos nossos olhos.

São 8 superproduções ( partes 1 e 2 ) sempre muito bem feitas, com efeitos visuais e sonoros arrebatadores e um elenco impecável. Grandes atores e atrizes embelezando as cenas, as vezes com frases curtas até. A força de Harry Potter pode ser vista no todo que conseguiu atrair. O sucesso de público em arrecadações obteve a marca de 7,7 bilhões de dólares, mas o que festeja ainda mais o nome Harry Potter é conseguir trazer para dentro do seu casting nada mais nada menos que Maggie Smith. Ganhadora de 2 Oscar, Maggie aparece na saga já no primeiro filme. Apesar de perder espaço para outros personagens, o que é natural pois trata-se de um enredo rico em histórias , Maggie brilha, como sempre.

Há que ressaltar grandes atores em inesquecíveis papéis como Imelda Staunton no papel de Dolores Umbridge, Gary Oldman na pele de Sirius Black, Helena Bonham Carter como Bellatrix Lestrange , Alan Rickman interpretando Severo Snape, além da grande Emma Thompson como a professora Sibila Trelawney. Rendo meus elogios ainda a Ralph Fiennes como Voldemort e Michael Gambon no papel de Dumbledore, substituindo Richard Harris, morto em 2002.

Daniel Radcliffe, Emma Watson e Rupert Grint fizeram história e hoje seguem suas carreiras em novos desafios. Eu, hoje com 23 anos, vivi o universo Harry Potter. Sempre que posso revejo os filmes, leio notícias. Nostalgia pura de um tempo mágico. Confesso que me animo ainda mais quando vejo na programação " Harry Potter e o Cálice de Fogo ". Sim, este é o meu preferido ( risos ). A música tema dos filmes é um misto de suspense com aventura e resume toda a fantasia que existe na história.

 É uma pena a Academia nunca ter premiado esta saga. Apesar de indicações ao Oscar, Harry Potter nunca levou um sequer. Quem perde é a própria premiação, pois Harry Potter e sua trupe continuam firmes e fortes,  para toda a vida.

 

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

O cinema e eu


O mundo do cinema é inspirador. A magia por trás de grande atores, uma  história envolvente e uma incansável produção, leva-nos à uma outra dimensão.

Alerto os navegantes deste blog, que este que vos fala não é formado em cinema, apesar de ter tido a oportunidade de cursar e depois de meses abandonar seus ensinamentos, devido ao meio intimidador em que vivemos que prima por duas letras apenas, D.R. 

O objetivo é mostrar pontos de vista sobre produções cinematográficas,  com a finalidade de apresentar a visão de um leigo, como é a de grande parte do público, mas amparado pela paixão que a sétima arte desperta.

Não vi todos os filmes, talvez os épicos ainda não tenham passado pelos meus olhos, no entanto, quero conhecer o cinema aos poucos. Revisitar os clássicos de décadas passadas sem medo de ouvir "você não viu esse filme ainda?". O cinema é um só. A beleza e o tempo não possuem prazo de validade.

AVISO: a intenção do blog é abordar criticamente filmes de todas as épocas, sejam mais recentes ou antigos. A ideia é relembrar, para aqueles que já viram e apresentá-los, para que quem não viu, veja.